Laicato: Encontro Além Fronteiras com a Fraternidade Santo Antônio dos Pobres - Volta Redonda

 



N° 13 de nossa Regra:
O sentido da Fraternidade os tornará dispostos a igualar-se com alegria a todos os homens.


No domingo dia 16 de maio nossa reunião foi como uma visita: visitamos (virtualmente) a Fraternidade Santo Antonio dos Pobres, de Volta Redonda, em um Encontro Além Fronteiras como a fraternidade assim o chama. A formação foi sobre o Laicato, com Frei Zeca, TOR.

Iniciamos com a primeira leitura da Liturgia do Domingo da Ascenção (At 1, 1-11), e com ela a reflexão “o sentido da Ascensão é o retorno ao Pai mas continua conosco no projeto do Reino de Deus”.

Em seguida foram citados: Documento da CNBB 105 – Cristãos leigos e leigas  na Igreja e na Sociedade, A Alegria do Evangelho - a Igreja em Saída (Apelo do Papa Francisco) e Ano do Laicato em 2018.

Precisamos contextualizar os escritos para a época contemporânea e esta sofre mudanças. Os tempos atuais tem seus próprios desafios e hoje fala-se de muitos aspectos que não condizem com a maturidade que esses desafios exigem. Um exemplo é sobre as respostas que temos hoje e muitas das vezes só é constatada boa se for boa individualmente para um ou para outro, esquecendo-se da coletividade. Devemos focar no que é essencial pois tudo está interligado e não há como individualizar algo que é de natureza comum.

A realidade de maneira integrada e holística remete:
  • Superação do dualismo (mente/corpo; sujeito/objeto);
  • Ser humano como um sistema complexo de relações e conexões;
  • Revaloriza a colaboração, integração, cooperação, atitude acolhedora, consciência ecológica;
  • Predomina a complementação e não mais a oposição ou a luta.

Vigiar e ficar com os olhos e coração atentos às procuras superficiais do Divino. Muitas delas resultam em falta de compromisso verdadeiro, que interfere negativamente no real caminho de conversão. Desvaloriza-se a História como lugar de salvação e a razão. Fala-se de crer em algo superior mas não há compromisso com essa crença. Em tempo, cada um tem seu tempo de caminhada e não estamos aqui falando de velocidade na conversão mas da falta de caminhada como falta de comprometimento com a proposta de conversão, semear e construir o Reino, remetendo apenas à uma fé infantil onde o que importa é o “emocional a fim de sentir-se bem” e nada mais. Ou ainda há o risco da fé tornar-se dualista, buscando uma coisa e descuidando de outra. Um exemplo claro, que vemos no dia-a-dia, é que: em nome da oração, descuida-se do compromisso social e político; quando na verdade uma coisa não anula a outra.


“Isto é o que eu quero, isso é o que eu procuro, isso é o que na parte mais profunda do meu coração eu quero colocar em prática (São Francisco de Assis).”

Os Franciscanos Seculares são irmãs e irmãos na Igreja em Saída. A Igreja em saída é estar presente na sociedade, a igreja ir até a sociedade. Papa Francisco nos traz constantemente o Concílio Vaticano II (CV II) e sendo assim é necessário romper com esta fala do Papa Gregório: “Ninguém pode ignorar que a Igreja é uma sociedade desigual na qual Deus reservou a alguns a missão de mandar e, a outros, de obedecer, estes últimos são os leigos, os demais são os eclesiásticos (Papa Gregório XVI – 1831- 1846)”, e vivenciar a atualidade e contextualidade do CV II.


“A imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos. Ao seu serviço, está uma minoria: os ministros ordenados. Cresceu a consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja. Embora não suficiente, pode-se contar com um numeroso laicato, dotado de um arreigado sentido de comunidade e uma grande fidelidade ao compromisso da caridade, da catequese, da celebração da fé. Mas, a tomada de consciência desta responsabilidade laical que nasce do Baptismo e da Confirmação não se manifesta de igual modo em toda a parte; nalguns casos, porque não se formaram para assumir responsabilidades importantes, noutros por não encontrar espaço nas suas Igrejas particulares para poderem exprimir-se e agir por causa dum excessivo clericalismo que os mantém à margem das decisões. Apesar de se notar uma maior participação de muitos nos ministérios laicais, este compromisso não se reflete na penetração dos valores cristãos no mundo social, político e econômico; limita-se muitas vezes às tarefas no seio da Igreja, sem um empenhamento real pela aplicação do Evangelho na transformação da sociedade. A formação dos leigos e a evangelização das categorias profissionais e intelectuais constituem um importante desafio pastoral (Alegria do Evangelho, 102).”


Ao final, partilhamos experiências e alguns de nossos anseios e esperanças de forma a continuar a perseverar à Luz do Evangelho. E a conversa irá continuar...


Paz e bem!


Edição: Sandra Regina de Oliveira OFS
Imagem: Logo do Ano do Laicato 2018

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