Conversando sobre a Fratelli Tutti (parte 2)

 

No túmulo de São Francisco, o Papa assina a Encíclica “Fratelli Tutti” - Vatican News



No terceiro domingo de janeiro, dia 17/01/21, nos reunimos virtualmente para continuar nossa conversa sobre e Encíclica Fratelli Tutti.


Partilhamos a respeito sobre política, em como os interesses nem sempre são voltados para o bem comum e outros aspectos que nos afastam verdadeiramente da boa política. E o que seria uma boa política? Dentre o partilhado em nosso encontro, destacamos esse trecho do documento que vai de encontro:

"A caridade social leva-nos a amar o bem comum e a buscar efetivamente o bem de todas as pessoas, consideradas não só individualmente, mas também na dimensão social que as une. Cada um é plenamente pessoa quando pertence a um povo e, vice-versa, não há um verdadeiro povo sem referência ao rosto de cada pessoa. Povo e pessoa são termos correlativos. Contudo, hoje, pretende-se reduzir as pessoas a indivíduos facilmente manipuláveis por poderes que visam interesses ilegítimos. A boa política procura caminhos de construção de comunidade nos diferentes níveis da vida social, a fim de reequilibrar e reordenar a globalização para evitar os seus efeitos desagregadores (Frattelli Tutti 182)."


Dando seguimento, partilhamos sobre a importância do diálogo – “O que significa dialogar?”. Uma das observações do documento com relação ao diálogo é o “ouvir-se” e “olhar-se”, o que nos chamou muita atenção pois vivemos a base de muitas exterioridades.

“Aproximar-se, expressar-se, ouvir-se, olhar-se, conhecer-se, esforçar-se por entender-se, procurar pontos de contacto: tudo isto se resume no verbo dialogar. O diálogo perseverante e corajoso não faz notícia como as desavenças e os conflitos; e contudo, de forma discreta mas muito mais do que possamos notar, ajuda o mundo a viver melhor (Frattelli Tutti 198).”

Diálogo não é monólogo! Partilhamos que, muitas vezes, o que acontece nas redes sociais de forma especial trata-se de monólogo onde apenas um fala, impõe e não dispõe de espaço para o outro falar e as vezes ainda o diminui. É necessário encontrar caminho de unidade para que verdadeiramente o diálogo aconteça e não fique meramente numa posição unilateral.

“O diálogo social autêntico pressupõe a capacidade de respeitar o ponto de vista do outro, aceitando como possível que contenha convicções ou interesses legítimos. A partir da própria identidade, o outro tem algo para dar, e é desejável que aprofunde e exponha a sua posição para que o debate público seja ainda mais completo (Fratteli Tutti 203).”

Mediante o exposto, a partilha dessa parte da Encíclica foi de encontro a nossa Regra de Vida nº 19 que diz:

“Como portadores de paz e lembrando-se de que ela deve ser construída incessantemente, procurem os caminhos da unidades e dos entendimentos fraternos mediante o diálogo, confiantes no germe divino que existe no homem e na força transformadora do amor e do perdão.”


E com a oração final, renovamos nosso desejo de cada dia mais procurar nos meios políticos o bem comum através de uma construção sincera do verdadeiro diálogo, baseados no evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, onde Ele nunca convidou a fomentar a violência ou a intolerância pois o Evangelho pede para perdoar "setenta vezes sete" (Mt 18, 22).



Paz e bem!



Edição/Texto: Sandra Regina de Oliveira Ofs
Imagem: Vatican News








Comentários