Reflexão de 15/7/2012 - 800 anos do carisma clariano


Toda a família franciscana espalhada em todos os cantos da Terra e, sobretudo, as Irmãs Clarissas comemoram os 800 anos da Vocação de Santa Clara.
Italiana de Assis, na Úmbria, nasce em 1194. Filha dos condes Ortolana e Favarone de Offreduccio, vive a sua infância e juventude no seio de uma família de nobres. Mas Clara, de seu lugar social da nobreza, está atenta à realidade dos menos providos, dos excluídos dos programas do sistema feudal: reparte às escondidas com os pobres até mesmo o que lhe serve de sustento.
Francisco ao pregar na catedral de São Rufino, durante a Quaresma de 1211, teve oportunidade para encontrar-se com Clara Favarone, que vinha seguindo com interesse o itinerário de Francisco.
Além da vigilância familiar, Clara dava um jeito de encontrar-se com Francisco para manifestar-lhe sua admiração e o desejo de abraçar um gênero de vida semelhante ao que ele levava. Francisco de início ficou meio incrédulo, mas logo compreendeu que estava diante de uma mulher de personalidade bem definida e com uma decisão muito firme de levar a sério o Evangelho.

Por isso combinaram em adiar em pouco a decisão.
Domingo de Ramos foi o dia combinado. O próprio Bispo, após abençoar os Ramos, desceu com uma palma na mão e a entregou pessoalmente à jovem.

A alma de Clara encheu-se de estranha claridade como se nela houvesse se estabelecido, para sempre, a luz de todas as tochas da noite.


Clara, no dia 18 de março, quando todos repousavam, saiu de sua casa às escondidas, acompanhada de sua prima Pacífica. Foram à Porciúncula, conduzidas por 2 frades com tochas nas mãos. Lá já aguardavam todos os irmãos. Francisco presidia a cerimônia, cortando-lhe os cabelos, enquanto louvavam a Deus com canções de alegria. A alma de Clara encheu-se de estranha claridade como se nela houvesse se estabelecido, para sempre, a luz de todas as tochas da noite.
          Na capelinha de Santa Maria dos Anjos, Clara inicia um novo estilo de vida evangélica. Ali nasce a Ordem que levará o seu nome, quando Francisco corta os seus longos cabelos louros, como sinal de sua consagração definitiva ao projeto que Deus tem para ela. Depois de uma breve permanência em dois mosteiros beneditinos da Úmbria, onde enfrentou a revolta da família por causa de sua decisão (e igualmente de sua irmã Inês que a segue logo após), Clara muda-se para São Damião, um pequeno mosteiro fora dos muros e nas proximidades de Assis.